Gerentes não sabem como realizar coaching com seus colaboradores?!
- Júnior Rodrigues
- 23 de out. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de out. de 2020

Provavelmente você já passou por alguma situação onde seu gestor ou algum par seu afirmou estar "fazendo coaching" em alguém, mas que, na verdade, ele não tinha a menor ideia do que estava fazendo.
Em época de crescente adoção dos princípios da agilidade e da gestão 3.0 em um número expressivo e cada vez mais diverso de empresas, esse tema se torna mais e mais relevante.
Um artigo da Harvard Business Review traz insights muito interessantes a respeito, através de uma pesquisa realizada com gerentes sobre suas habilidades de coaching.
Embora eles tivessem uma avaliação inicial própria e entre pares de que possuíam um nível razoável de tais habilidades, uma análise de especialistas em coaching demonstrou que não, classificando-os com um nível mais pobre.
A pesquisa avaliou nove habilidades de coaching de liderança, baseadas na literatura existente e nas próprias experiências dos autores:
Escutar
Questionar
Dar feedback
Ajudar com o estabelecimento de metas
Ter empatia
Deixar o coachee chegar a sua própria solução
Reconhecer e apontar pontos fortes
Fornecer estrutura
Incentivar uma abordagem centrada na solução
O interessante é que, quando foram realizar o coaching, os gerentes agiram mais como consultores e com micro gestão, dizendo "faça isso" ou "por quê não fez isso?". E essa prática era considerada como boa entre seus pares.
Ainda, a habilidade onde foram melhor avaliados pelos especialistas foi a de escutar e a pior, justamente, foi a de deixar o coachee encontrar sua própria solução.
Tais aspectos demonstram que eles não conheciam o que era coaching e que, segundo a pesquisa, com um breve treinamento de 16 horas, esse cenário mudou consideravelmente.
Não estamos falando de torná-los Coaches profissionais, mas de fornecer a esses gerentes a capacidade de compreender o que é o coaching e as habilidades necessárias para aplicar com suas equipes.
Importante, também, que estes possam praticar o que aprenderam em um ambiente controlado e que as primeiras sessões de coaching com os colaboradores sejam acompanhadas por especialistas. Isso evita que algum viés de micro gestão se propague.
Além disso, permitir que os gerentes reflitam sobre sua evolução e que igualmente troquem experiências em um fórum com outros gerentes, aumenta as chances de sucesso no processo de formação.
Por fim, a pesquisa demonstrou que, após a realização dessas ações, as habilidades de coaching dos gerentes tiveram um aumento de 40%, o que reforça a necessidade de se estruturar o processo em busca do crescimento desses profissionais.
Se você trabalha com agilidade, certamente identificou nesse texto diversas características necessárias a um ambiente ágil, bem como as dores enfrentadas junto aos gestores e, principalmente, à alta gestão das empresas onde o Agile foi ou está sendo implantado.
Isso reforça a necessidade de se realizar um trabalho muito forte para a disseminação do mindset ágil na cultura da organização, principalmente focando na capacidade de liderança e coaching dos gestores, também usando princípios do management 3.0.
Com isso, os gerentes têm a possibilidade de migrar muito mais facilmente para uma posição de lideres e coaches, deixando para trás a micro gestão e a visão de comando e controle, se adequando, assim, às necessidades desse mundo cada vez mais ágil.
Artigo publicado também no LinkedIn.
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