O conhecimento como vantagem competitiva para as organizações
- Júnior Rodrigues
- 6 de out. de 2013
- 3 min de leitura

Em um mundo de rápidas e constantes mudanças, onde uma enxurrada de informações são diariamente despejadas na mente dos indivíduos, os quais precisam converter todo esse arcabouço de conteúdo em conhecimento e inovação, uma forma eficaz de gerenciar esse conhecimento se faz cada vez mais necessária.
As empresas precisam cada vez mais buscar alternativas para que seus colaboradores possam acessam e disseminar esse conhecimento de forma colaborativa, criando uma sinergia capaz de elevar seus resultados a patamares superiores de desempenho.
Conhecimento
Segundo Serban e Luan (apud Brewer & Brewer; Gestão do Conhecimento, Gestão dos Recursos Humanos e Educação Superior: um modelo teórico, 2010) há cinco fatores para esse crescimento da importância da Gestão do Conhecimento nas organizações:
a sobrecarga de informação e caos
o congestionamento de informação
informação, segmentação e especialização de habilidades
a mobilidade e rotatividade da força de trabalho
competição
Entretanto, o conhecimento é um ativo intangível, e sua gestão visa estimular e facilitar a troca, o uso, a criação e a documentação na organização. Isso ocorre através do incentivo ao compartilhamento, a fim de que toda experiência válida possa ser acessada e aplicada nas atividades de todos, elevando a produtividade (Brewer & Brewer, 2010).
Por outro lado, Weick & Westlet (Aprendizagem Organizacional: Confirmando um oximoro, 2004) abordam o tema da Aprendizagem Organizacional, como um misto de Exploração e da Ação de tirar vantagem, na dicotomia entre aperfeiçoar uma tecnologia existente e a criação de uma nova. Essa reflexão culmina com o conceito de que a “aprendizagem organizacional é a aquisição, sustentação e mudança, mediante ações coletivas, dos significados inseridos nos artefatos culturais da organização” (Cook & Yanow, apud Weick & Westlet, 2010).
Aprendizagem
Tanto o conceito da Gestão do conhecimento quanto da Aprendizagem Organizacional deixam clara a importância do coletivo na disseminação do conhecimento, inovação e significados dentro da organização, em um processo de compartilhamento que visa o desenvolvimento e criação de capacidade dos indivíduos e tecnologias.
O compartilhamento de tais conhecimentos novos sempre se inicia através dos indivíduos, de acordo com Nonaka (A empresa criadora do conhecimento, 2000). O autor apresenta o modelo do Espiral de Conhecimentos, que parte da transferência de conhecimento de um indivíduo para o outro (tácito), que depois é compartilhado com outros (explícito) até se propagar por toda a organização e ser internalizado e inovado por outro indivíduo, iniciando um novo ciclo de compartilhamento dentro da organização.
Espiral de Conhecimentos
Para destacar a importância da gestão do conhecimento, Nonaka afirma ainda que “numa economia onde a única certeza é a incerteza, apenas o conhecimento é fonte segura de vantagem competitiva”. Tal importância ocorre devido ao fato de que a inovação é fundamental para uma organização em um ambiente de constante mudança, onde novas formas de trabalho são imperativas para a sobrevivência do negócio.
Um excelente exemplo dessa importância é o caso da Microsoft (Kurt Eichenwald, A Década Perdida, 2012). O autor relata o desencadear dos fatos que fizeram a empresa perder cerca de 50% de valor de mercado, passando de 510 bilhões em 2000 (na época era a mais valiosa do mundo) para 249 bilhões de dólares em 2012 (ficando em 3º lugar).
Eichenwald destaca que a empresa “começou tão ágil, uma máquina de competir liderada por jovens visionários, se transformou numa empresa inchada, sobrecarregada de burocracia, com uma cultura interna que recompensa, involuntariamente, os chefes que asfixiam as ideias inovadoras”.
Quebra da Microsoft
Tal situação fez com que a empresa perdesse o bonde da história e assistisse de camarote seus concorrentes dominarem o mercado com inovações como um sistema web de busca eficiente (Google), tablets e smartphones com sistemas operacionais modernos (Apple, com iPad, iPhone e iOS; e Google com Android) , redes sociais (Facebook), entre outros.
Empresas que pretendem chegar e se manter na vanguarda da inovação, bem como estar sempre à frente da concorrência, continuamente entregando valor para os seus clientes, devem atentar para fornecer todas as condições para uma gestão efetiva do conhecimento gerado internamente e observado externamente.
Dessa forma, a gestão do conhecimento, como forma de compartilhamento e propulsora de novos conhecimentos e de um processo que visa à inovação, se apresenta como uma abordagem proativa e fundamental para os organizações, em face de um ambiente extremamente mutante e incerto.
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